Barra Mansa - A segurança pública entrou de vez no centro do debate nacional com a proposta de Emenda Constitucional que tramita no Congresso e promete reformular a forma como o Brasil trata suas polícias. Mas, enquanto Brasília discute medidas genéricas, municípios como Barra Mansa seguem enfrentando a dura realidade da violência urbana.
Para Leo Santos, empresário e diretor financeiro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Barra Mansa, a PEC da Segurança Pública traz à toa a velha prática da política nacional: criar normas amplas, de alto apelo midiático, mas pouco efetivas para quem vive os desafios do dia a dia. “É uma proposta que pode parecer robusta no papel, mas não entrega, por si só, a estrutura necessária para reduzir os índices de criminalidade e violência no país. Acredito que a transformação dessa realidade começa pela base, pelo investimento local, pela presença policial nas ruas”, aponta.
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Barra Mansa tem enfrentado desafios significativos em termos de segurança pública. Em 2024, a cidade registrou 61 homicídios, liderando o número de assassinatos no Sul Fluminense . Além disso, foram contabilizados 18 casos de roubo a transeuntes e 28 roubos de veículos . Esses números ressaltam a necessidade urgente de reforço no policiamento ostensivo.
Já no primeiro mês de 2025, a violência urbana causou grande alarme, com um tiroteio no Centro da cidade que resultou em três mortos e quatro feridos. O episódio espalhou pânico entre os moradores. “O incidente ocorreu na Avenida Joaquim Leite, uma das principais vias comerciais de Barra Mansa, e está sendo investigado como parte de uma disputa entre facções criminosas. Mas, outros homicidios têm sido registrados em bairros, principalmente, os periféricos. Além de sequestros relâmpagos e outras situações violentas”.
Nesse contexto ressurge a luta pela instalação da 2ª Companhia Independente da Polícia Militar (PM), no prédio do antigo Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (CRIAAD), localizado no bairro Bom Pastor. A demanda é antiga e ganhou novo fôlego com a articulação da sociedade civil e o apoio da CDL, que fez o aporte de R$ 100 mil para viabilizar a nova unidade da PM. “É um gesto de responsabilidade com a cidade. Estamos fazendo o que o poder público deveria liderar, mas infelizmente ainda engatinha”, critica Leo Santos.
*SOBRE A PEC* - Na visão de Léo Santos, a PEC em debate no Congresso seria mais eficaz se viesse acompanhada de uma política de descentralização dos investimentos em segurança e de estímulo à parceria com entidades locais. O texto apresentado no Congresso dá ao governo a capacidade de legislar sobre normas e financiamento da segurança pública e do sistema prisional.
-A criação de um sistema nacional de segurança pode ser positiva, mas sem recursos e planejamento concreto, é apenas mais uma cortina de fumaça. O que resolve é ter polícia onde o crime acontece e um Estado que ouça quem está na linha de frente -, completa.
FONTE/CRÉDITOS: Léo Santos

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