Toque de Bola - No último dia 30 de novembro, o Botafogo sagrou-se campeão da Libertadores 2024 entrando para o seleto grupo de vencedores da competição. O time carioca era o único dos doze times, considerados grandes do país, a nunca ter vencido esse título.
Com alto investimento do empresário estadunidense John Textor, o Glorioso reforçou muito a equipe trazendo grandes nomes como Luiz Henrique e o argentino Thiago Almada, além do técnico português Artur Jorge e sua visão de jogo, cuja adaptou-se bem a um time que já estava acostumado vencer sobre a liderança de outro lusitano, Luís Castro.
No entanto, no jogo final, disputado no Monumental de Nuñez, algo chamou a atenção. Antes mesmo dos dois primeiros minutos de jogo, o Glorioso estava acuado, dentro de seu próprio campo, por um Atlético (MG) que já no início do jogo começou em vantagem quando Grégore foi expulso por entrada dura no jogador adversário.
Artur Jorge tomou providências táticas trazendo Marlon Freitas para atuar bem próximo aos zagueiros, continuando com Almada e Luiz Henrique abertos pelos lados e Savarino e Igor Jesus pelo meio. Assim o time se protegia mas não sofria tanto com chances do Galo.
Aliás, o time mineiro que já vinha de uma derrota para o Flamengo, na final da Copa do Brasil, não conseguiu em nenhum momento da partida mostrar superioridade numérica em campo, haja vista as escolhas de seu técnico, Gabriel Milito.
E são dessas escolhas, e de técnicos como Milito, Fernando Diniz, Tite e Renato Portaluppi que quero falar.
São treinadores que acreditam tanto em seu modo de jogar que não sabem a hora de mudar os planos. Na final da Libertadores, quando o Botafogo fica com um a menos e começa a congestionar a entrada de sua área, Milito não abandonou seu esquema com três zagueiros. E, na verdade, um esquema de três zagueiros muito exposto já que ele usa Gustavo Scarpa, um meia atacante de origem, como ala direito Além de não saber como executar a função na fase defensiva do estilo de jogo, Scarpa deixa Lyanco com um espaço muito grande para cobrir. Como o zagueiro do Galo é lento sempre deixa espaços, onde Luiz Henrique se aproveita no primeiro gol, como Gabriel Barbosa já havia se aproveitado na final da Copa do Brasil e leva um tempo inteiro para mexer na equipe e colocar Mariano, lateral de origem mas que ainda assim entra no jogo também atuando mais perto de Battaglia, fazendo um terceiro zagueiro apenas com mais velocidade que Lyanco e tendo um passe melhor.
E assim Milito perde sua segunda final em menos de um mês, demonstrando que treinadores que não sabem o que fazer em situações como essa, de ter um jogador a mais durante todo o jogo, acabam sucumbindo a maior categoria e coragem do adversário.
Quando você joga contra um time que tem um jogador a menos o correto é "alargar o campo", tirando o bloco defensivo do adversário da frente da área abrindo espaços para entrada em diagonal dos atacantes.
Porém Milito percebeu isso muito tarde e o time carioca, que não tem nada com isso, tratou meio de segurar o resultado e sagra-se campeão.
Personagens do futebol, como Milito e os técnicos que citei, anteriormente, são a mostra de que em qualquer trabalho que se faça, a capacidade de sabe, ler o jogo e sair de suas convicções táticas podem lhe custar um emprego, ou mesmo um campeonato.
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