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Toque de bola - Augusto Carpazano

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Vasco, mesmo com um a menos, dá sinais de melhoras mas não consegue vencer

Por Augusto Carpazano 05/05/2024 às 21:19:39

Após a demissão de Ramón Diaz e um jogo no meio de semana, em Fortaleza contra os donos da casa, com três zagueiros, o Vasco voltou a campo para enfrentar o Athletico (PR), em Curitiba, com o ainda interino Rafael Paiva, e com um segundo esquema tático.

Provavelmente, entendedor do jogo de transição do Furacão, Rafael retirou Rojas promovendo a entrada de Galdámes além da saída de Rayan, mal tecnicamente, para volta de Rossi.

O problema foi que, apesar de a ideia ser boa pois bloquear o jogo rápido pelo meio traria mais dificuldades para Canobbio, Pablo e Cuéllo, a execução foi catastrófica.

Com dez minutos de jogo, o Vasco não havia passado do meio campo. Os três volantes (Hugo Moura, Matheus e Galdámes) eram figuras desencaixadas no esquema. Não achavam a movimentação de Fernandinho, Érick e Zapelli. Aliás a movimentação do argentino trouxe muitos problemas para marcação, já que todas as vezes que ele vinha pela beirada do campo, tirava um dos volantes de posição ou forçava a Rossi ou David terem que quase chegar a última linha da defesa.

Encaixotado no próprio campo os visitantes ainda viram três bolas na trave de Léo Jardim.

Erick tinha espaço de sobra para jogar e a situação ficou ainda pior quando Hugo Moura errou um passe e preferiu ser expulso a tomar o gol dos donos da casa. O problema era que não tínhamos nem 20 minutos de partida. Assim o Vasco abriu mão de Rossi colocando em campo o zagueiro João Victor. A ideia era fortalecer o lado direito, onde Cuéllo, Esquivel e Zapelli jogavam e transitavam entre uma defesa com quatro ou cinco jogadores.

O problema era que o meio campo ficou muito exposto e Érick começou a ter espaços para infiltrar na área vascaína. Além disso, Paulo Henrique e João Victor não conseguiram se entender e achar a marcação por aquele lado. E de tanto chegar perto da área, o Furacão conseguiu seu primeiro gol quando Esquivel tabelou com o zagueiro Gamarra e passou por Paulo Henrique como quis. O cruzamento saiu na medida para Érick abrir o placar. 1 x 0

O Vasco estava atordoado. Não conseguia jogar… chutes a gol não houve nenhum por parte dos visitantes na primeira etapa. Além disso, Galdámes e Matheus eram pouco participativos no jogo o que dava espaços para Erick e falta de municiamento à David e Vegetti. O 1 x 0, no final do primeiro tempo, saiu barato.

Na segunda etapa o jogo mudou de mãos por alguns motivos. O Vasco se agrupou mais em campo, deixando suas peças mais próximas e dificultando o jogo de transição do Athlético. Além disso, o lado direito, tão mal no primeiro tempo, se estabilizou com João Victor fazendo uma grande partida, e PH não comprometendo. Por outro lado, os donos da casa baixaram o ritmo do jogo. Com a melhora vascaína, Erick já não tinha tanta liberdade como no primeiro tempo. Pablo, Cuéllo e Zapelli sumiram do jogo, tanto que saíram para entradas de Mastriani, Nicão e Alex Santana.

Tecnicamente o jogo ficou mais pobre e o Vasco subiu de produção aumentando sua posse de bola e sendo perigoso nos contrataques. Em 20 minutos jogados no segundo tempo, os visitantes já haviam feito mais que em toda a primeira etapa, com mais posse de bola, dois chutes ao gol, arrancadas perigosas com João Victor e Pitón, David sendo mais participativos e Galdámes melhorando seu jogo. Rafael Paiva conseguiu, mesmo com um jogador a menos, equilibrar as ações em campo com movimentos simples. Fixou um 4-4-1, com duas linhas com quatro jogadores cada e Vegetti centralizado, agrupando mais seus jogadores muitas vezes dando a beirada de campo mas pressionando mais as jogadas pelo meio forçando Erick participar mais do jogo defensivo e invadir menos a área vascaína, além de oxigenar o time com as entradas de Sforza, Erick Marcus, Adson e Clayton. Atitudes simples que fizeram o Vasco até mesmo merecer um empate, que quase chegou após arrancada de João Victor e gol de Vegetti impedido, mas que no final não veio.

Com a vitória magra, e jogado muito mal na segunda etapa o Furacão assumiu provisoriamente a liderança do campeonato. Já para o time da Colina ficou a certeza que o treinador atual, apesar de ter seu cargo como interino, já conseguiu dar um padrão de jogo muito melhor ao time que só não tem mais destaque pois alguns jogadores ainda estão devendo tecnicamente. Quem sabe com a volta de Payet, no próximo jogo contra o Vitória em casa, essa parte técnica não tem uma melhora acentuada?

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