Toque de bola - Buscando subir na tabela de classificação nas Eliminatórias para Copa de 26, o Brasil foi até Maturín enfrentar a Venezuela. Dentro de um trabalho ainda iniciando, e em desenvolvimento, o técnico Dorival Jr tem tentado alternativas para encaixar seus jogadores. Já usou duas linhas de quatro jogadores, lateral de marcação, volantes mais marcadores mas parece que o time, aparentemente, vem ganhando uma identidade de jogo, mesmo com alguns jogadores ainda não desempenhando o que se esperam deles em campo (Vinícius Jr, por exemplo ).
Nos últimos dois jogos, contra Peru e agora contra a Venezuela o time vem jogando com uma saída de três, feita com um dos laterais; quando Abner vai ao ataque, Vanderson fica mais atrás para que Gabriel Magalhães ocupe o espaço do lateral esquerdo e Marquinhos fique na sobra, e quando o lateral direito, ex-Grêmio, sobe, o encaixe é feito ao contrário. Além disso, Bruno Guimarães e Gérson ficaram incumbidos de uma área bem extensa do campo. Como o Brasil vem jogando com Savinho, Raphinha, Igor Jesus e Vinícius Jr, os volantes ficaram com um território da cabeça do grande círculo até a entrada da área do adversário para cobrir.
Raphinha, é um caso à parte. O jogador gaúcho, que apareceu para o futebol jogando na segunda divisão do futebol inglês pelo Leeds United, hoje é uma das principais peças do Barcelona e também da Seleção. Ele atua numa zona morta entre os volantes e zagueiros, aproximando de Igor Jesus, praticamente formando uma dupla de ataque com o camisa 9.
Sua dinâmica, de um jogador que começou como ponta, ajuda a confundir a marcação adversária e a gerar jogo pelo meio.
Durante todo o primeiro tempo, o Brasil foi melhor e só passou sustos por erros individuais, quando o goleiro Éderson entregou, numa saída de bola errada, a bola nos pés de Savarino, e quando Gérson deu condições de jogo para Rondón que chutou em cima do goleiro brasileiro.
Após alguns chutes defendidos pelo goleiro venezuelano e uma bola na trave, de Vinícius Jr, o Brasil chegou ao primeiro gol através de uma falta batida por Raphinha que fez, 0 x 1.
O Brasil não marcava um gol de falta, nas Eliminatórias, desde 2005 quando Roberto Carlos fez um dos gols contra a mesma Venezuela. O resultado foi justo e momentaneamente colocava o Brasil em segundo lugar na tabela de classificação.
Na segunda etapa a Venezuela voltou para o jogo e o Brasil não! E não estou falando que a equipe verde e amarela não voltou para o campo, mas sim que todos os jogadores voltaram desligados no jogo.
O técnico da "viño-tinto" tirou o ponta Murillo e colocou o meia Segóvia. Com isso Savarino veio jogar pelo lado direito e fez com que o meio campo dos donos da casa tivessem mais jogadores que os adversários. Isso foi claro nos primeiros 15 minutos do segundo tempo. Aliás, não precisou nem metade disso para que a Venezuela empatasse o jogo. Após ataque pela esquerda onde Marquinhos e Vanderson se posicionaram mal demais, Savarino recebeu de costas para zaga e ajeitou para Segóvia marcar o gol do empate. 1 x 1
Com três jogadores pelo meio, Martínez, Herrera e Segóvia, contra dois do Brasil, Bruno Guimarães e Gérson, ficou mais difícil a vida de Dorival, que ainda assim demorou para mexer e responder às substituições.
Mesmo assim, usando da bola longa o que o time brasileiro fez muitas vezes no jogo, haja vista a velocidade do ataque era maior que a da defesa venezuelana, Vinícius Jr foi lançado e derrubado pelo goleiro, dentro da área. O próprio camisa 7 foi para a cobrança e jogou a bola nos braços do goleiro que ainda deu rebote e ainda assim o brasileiro chutou para fora.
Vendo seu time ser pressionado, com jogadas pelo meio, Dorival tirou Savinho (mal no jogo) e Igor Jesus, que pouco participou, para as entradas de Luiz Henrique e Paquetá.
Assim ele preencheu mais o meio campo, porém lançou Vinícius Jr como centroavante. Sem características para tal, o camisa 7 ficou ainda mais fora de sintonia com o jogo. O técnico argentino Leandro Cufré deixou seu time mais forte na marcação quando tirou Rondón e Bello para as entradas de Cadiz e González, formando uma linha de cinco jogadores na defesa. Rincón e Cásseres, dois volantes, ainda vieram para o jogo para conter os jogadores brasileiros mais descansados.
Dorival ainda tirou Bruno Guimarães e Abner para as entradas de Martinelli e Estevão, mas sem sucesso. O 1 x 1 foi um resultado melhor para a Venezuela, que não perdeu para nenhum campeão do mundo em sua casa, nessas Eliminatórias, do que para o Brasil que permanece com 17 pontos com um jogo a mais que Uruguai e Colômbia, que se enfrentam amanhã em Montevidéu onde em caso de vitória dos donos da casa, jogaram o time verde-amarelo para a quarta posição na tabela.
O Brasil volta a campo na semana que vem, dia 19 de novembro, contra o Uruguai, às 21:45. Já a Venezuela vai a Santiago enfrentar o Chile na busca de galgar posições na tabela de classificação.