Na noite desta quarta-feira, Cruzeiro e Flamengo entraram em campo, por mais uma rodada do Brasileirão 24, com situações semelhantes no campeonato e no ano.
Ambas as equipes estão em finais importantes, os mineiros na Sulamericana e os cariocas na Copa do Brasil, além de estarem, dentro da tabela do campeonato nacional, na briga por uma posição que dá vaga na Libertadores 2025, haja vista ninguém ganhou nada ainda nas finais que disputam.
Fernando Diniz veio a campo com seu time principal. Quem acompanha a carreira do jovem treinador sabe que seu jogo é baseado no toque de bola, posse e controle do jogo, onde em sua passagem pelo Fluminense ele tinha jogadores com essas características como Ganso e Arias. Na Raposa, o treinador não tem muitas opções para fazer esse funcionamento de jogo, o que o levou a usar três volantes, com qualidade técnica elevada. O tripé formado pelo técnico tem os ex-gremistas Wallace, como primeiro volantes, Mateus Henrique, pela esquerda e Lucas Romero, pela direita.
Matheus Pereira, que é um atacante de origem, ocupou um espaço entre os laterais, volantes e zagueiros, do Flamengo, gerando bastante confusão na marcação dos adversários. Verón, ficou com a marcação do veloz Fabrício Bruno, e Kaio Jorge de David Luiz. Assim, com Allan volta e meia entrando entre os zagueiros e Varela atuando mais como lateral de marcação, sem a responsabilidade de marcar um ponta que o time mineiro não tinha, a marcação dos visitantes encaixotou o ataque dos donos da casa.
Filipe Luís, que fazia seu oitavo jogo como técnico profissional, optou por poupar seus principais jogadores. Astros como De Arrascaeta, Gérson e Gabriel Barbosa, sequer ficaram à disposição no banco de reservas.
O treinador mandou a campo um time espelhado no que vem usando desde que chegou ao comando do time titular. Seu 4-4-2, com um ponta agudo de um lado, nesse jogo Mateus Gonçalves pela direita, e um armador aberto pela esquerda, Alcaráz, teve ainda Plata jogando ao lado de Bruno Henrique no ataque.
Tendo três volantes contra dois do time visitante, o Cruzeiro foi o dono das ações na primeira etapa. Exatamente por isso, Alcaráz e Plata, muitas vezes recuaram ao meio-campo para igualar o jogo pelo setor. Quando o argentino fazia isso, o espaço para William era suficiente para que o lateral batesse de frente com Ayrton Lucas, e quando o equatoriano voltava na ajuda a Pulgar e Allan, BH ficava ilhado entre os zagueiros. Apesar de uma bola na trave, numa finalização de Bruno Henrique, a Raposa foi melhor no primeiro tempo mesmo não sendo tão perigosa em suas finalizações. Aliás, apesar de um bom jogo, de toque de bola e alguns lances bonitos, finalização foi o que faltou no primeiro tempo que terminara em 0 x 0.
Para segunda etapa, os dois técnicos mudaram características de jogo. Filipe Luís tirou Pulgar e entrou com Evertton Araújo, aumentando a intensidade com um jovem jogador que consegue ocupar mais o espaço do meio campo. Diniz tirou seu primeiro volante, Wallace, e voltou com Barreal, jogador mais ofensivo, mas que fez o time mineiro perder muito de seu meio-campo.
Além da mexida, o treinador flamenguista ainda subiu mais a marcação do time colocando Varela mais a frente, batendo com Marlon, tirando o sossego do jogador do Cruzeiro.
Numa jogada onde a marcação alta deu resultado, BH foi derrubado na entrada da área. Na indecisão, e falha de posicionamento da barreira, David Luiz bateu e fez o primeiro do jogo. 0 x 1. Precisando da vitória para seguir nas melhores posições na tabela, Fernando Diniz tirou Matheus Pereira, apagado no jogo, para entrada do argentino Lautaro Díaz.
Assim, o time passou de um 4-3-1-2, com base alta, para um 4-2-1-3, com três atacantes bem agudos. Com a subida de marcação do time da casa, sobrou espaços nas costas dos jogadores do Cruzeiro.
Filipe Luís colocou os titulares Léo Pereira e Michael nas vagas de David Luiz e Mateus Gonçalves, dando mais qualidade ao jogo do rubro-negro. Mesmo com placar contra e empurrando quatro jogadores para cima da linha de zaga do time adversário, o Cruzeiro não conseguia finalizações perigosas contra o gol de Rossi. Pelo contrário, o Flamengo sempre era mais perigoso, principalmente quando usava as costas dos laterais da Raposa.
Alex Sandro e Lorran entraram nas vagas de Ayrton Lucas e Bruno Henrique, dando mais combatividade e velocidade ao time visitante. Alcaráz ainda fez um golaço, de trivela, após escanteio rebatido pela zaga do Cruzeiro, que foi anulado pelo VAR por impedimento do camisa 37. Nas suas últimas cartadas, o técnico da Raposa colocou Lucas Silva e Mateus Vital, nas vagas de Verón e Lucas Romero. A circulação de jogo, apesar de pertencer aos donos da casa, pouco tinha impacto no volume ofensivo do time.
A vitória aproximou o rubro-negro do Fortaleza, terceiro colocado do campeonato, com o alcance dos 58 pontos na tabela.
Já os mineiros estacionam nos 44 pontos permanecendo na oitava posição. O Flamengo, que enfrenta o Atlético MG pelo segundo jogo da final da Copa do Brasil, novamente jogará contra o Galo, pelo Brasileirão, na próxima quarta-feira, dia 13 de novembro, às 20hs no Maracanã. Já o Cruzeiro, que enfrentará o Racing, pela final da Sulamericana somente do dia 23 de novembro, receberá o Criciúma, no Mineirão, no próximo sábado, dia 09, às 19hs.