Em noite de dois times que usaram uniformes diferentes dos habituais, Vasco e Bahia entraram em campo, no gramado de São Januário, para um jogo importante, pois ambas equipes brigam numa zona intermediária da tabela do brasileirão 2024.
O Bahia, que faz um ano bem inconstante, veio para o jogo com seu tradicional 4-4-2, com um losango no meio campo, tendo Caio Alexandre como primeiro volante, Éverton Ribeiro e Jean Lucas pelos lados, e Cauly atrás dos atacantes Everaldo e Thaciano.
Esse sistema, utilizado por Rogério Ceni, tem ônus e bônus. O ponto forte é ter dois jogadores na área contra dois zagueiros do adversário, já a fraqueza está em ter seus lados do campo descobertos, e ainda por vezes, sobrecarregar o trabalho dos dois jogadores que jogam pelos lados (Éverton e Jean Lucas) obrigando-os a se doarem como verdadeiros auxiliares de laterais, mas com a peculiaridade já que falarmos de dois jogadores que não tem a velocidade como premissa de jogo.
O Vasco, que veio para o jogo sem peças importantes como Hugo Moura, Coutinho e Vegetti, apostou exatamente no jogo pelos lados e na pressão sobre o portador da bola usando seu jogo de transição. Apesar de um jogo mais refinado, pela qualidade técnica de alguns de seus jogadores, o Bahia foi sucumbido a forte marcação imposta pelo time de Rafael Paiva.
A estratégia do treinador cruzmaltino foi clara: pressionar quem estivesse com a bola, pelo time adversário, visando um jogo de transição rápida e finalizando as jogadas o quanto antes. Essa estratégia prejudicou claramente o jogo técnico e bonito de jogadores como Éverton Ribeiro, Jean Lucas e Cauly.
Também foi notória as investidas, pelo lado esquerdo de defesa baiana, usando os espaços entre Luciano Juba e Kanu. E numa jogada por esse setor, saiu o primeiro gol do jogo quando Puma Rodríguez corta para o meio, bate de canhota e encontra o colombiano Émerson Rodríguez para abrir o placar! 1 x 0.
Apático, o Tricolor da Boa terra, era presa fácil para um inspirado e obediente, taticamente falando, Vasco; E em mais um contra-ataque, a bola chegou as pés de Rayan que invadiu a área e foi derrubado. Dimitri Payet bateu e fez mais um para os donos da casa, 2 x 0.
Pouco tempo depois a marcação deu mole, e o francês desferiu um chute seco, sem chances para Léo Jardim. 3 x 0.
Vendo a apatia de seu time em campo, Rogério Ceni mexeu em duas posições tirando Jean Lucas e Everaldo, e promovendo as entradas de Ademir e Lucho Rodríguez.
E, em minutos, a substituição do treinador visitante deu certo. Ademir cruzou e Lucho fez 3 x 1.
Num primeiro tempo bem jogado, saiu vencedor quem se arriscou mais, teve mais finalizações além de jogadas perigosas durante o primeiro tempo. Na segunda etapa, os dois times voltaram nervosos. O Bahia voltou com muita vontade e até mais jogo direito, pois a cada jogada roubada e bola era forçada entre os zagueiros vascaínos visando o mano a mano com a defensiva dos donos da casa.
Já o Vasco, vencendo por 3 x 1, parecia que estava perdendo o jogo. O time teve muitos erros técnicos no segundo tempo, o que facilitou os visitantes que tinha mexido mais dois jogadores no intervalo com as saídas de Caio Alexandre e Cauly, para as entradas de Rafael Ratão e Acevedo.
Assim, os visitantes tinham quatro jogadores mais descansados.De tanto forçar as jogadas sobre a zaga vascaína, o Bahia conseguiu seu segundo gol, quando Ademir recebeu e fez o segundo dos visitantes. 3 x 2. Rafael Paiva substituiu Puma Rodríguez e Rayan, por Maxime Dominguez e Alex Teixeira. Depois do segundo gol dos vistantes, ele ainda sacou Payet, que minutos antes teve uma discussão acalorada com o goleiro Léo Jardim, e Émerson Rodríguez, por Sforza e Maxwell.
Os minutos finais foram marcados por pressão do Bahia, jogando mais na emoção do que usando estratégias de jogo, com o Vasco segurando a vitória como podia. Rafael Ratão ainda teve a chance do gol do empate, para os visitantes, porém após grande defesa de Léo Jardim, o atacante do time Tricolor bateu para fora do gol. No final o Vasco, com a vitória, chega aos 43 pontos de a 9ª posição no campeonato ficando a apenas três pontos do adversário.
Na próxima rodada, o Gigante da Colina faz o clássico contra o Botafogo, no Nílton Santos. Já o Bahia recebe o São Paulo, lutando para reverter o quadro atual de três partidas sem nenhum triunfo.