Buscando uma vaga nas semifinais da Taça Libertadores da América, Flamengo e Peñarol trouxeram seus oito títulos na competição para dentro do gramado do Maracanã.
E o Flamengo tinha como atração os recém-contratados, Aléx Sandro e Plata, estreando na competição sul-americana.
Tite trouxe a campo seu 4-2-3-1, com Bruno Henrique como centroavante. Sem Pedro, machucado, Gabriel também fora e Carlinhos, em má fase, restou a improvisação do camisa 27 nessa posição, que por sua imposição física, não é nada muito diferente do estilo de jogo dele.
Do lado do "Campeón del Siglo", Diego Aguirre usou um experiente muito intrínseco ao seu trabalho como treinador, que é usar duas linhas de quatro jogadores bem próximas anulando o toque de bola do adversário. Aguirre colocou seus volantes e pontas alinhados à frente da linha de defensores, deixando Léo Fernández e Max Silvera ainda descendo ao campo de defesa para combater Pulgar e De La Cruz na saída de bola, tendo Léo Pereira e Fabrício Bruno livres para adiantarem a marcação e darem o fundo do campo para o uruguaios.
E numa dessas os uruguaios roubaram a bola de Pulgar e, num contra-ataque "gigante", chegaram ao gol do jogo com Cabrera. 0 x 1 Os jogadores do Flamengo, visivelmente nervosos após o lance, começaram a errar muitos passes. De La Cruz, que voltava de contusão, e os estreantes Alex Sandro e Plata, demonstraram ainda muita falta de ritmo de jogo.
A falta de jogo pelos lados, pela falta de ritmo de Alex Sandro e a característica de jogo de Varela também prejudicaram bastante as ações ofensivas do time. Além disso, o mal jogo apresentado por Gérson e a falta de jogadores mais dinâmicos como Cebolinha e Luiz Araújo também contribuíram para a partida ruim. Sem conseguir criar grandes chances, a melhor delas veio perto do fim do primeiro tempo quando BH recebeu cruzamento na área e cabeceou sozinho para grande defesa do goleiro Aguerre.
No segundo tempo, o Peñarol precisava manter-se a frente do placar com uma estratégia inteligente: Aguirre estudou muito o time carioca e o estilo de jogo de seu treinador. Tite, desde os tempos de Caxias, quando foi campeão Gaúcho em 2000, tinha uma equipe baseada no jogo de toque de bola. Foi assim também no Grêmio, Campeão da Copa do Brasil de 2001 e do limitado Corinthians, campeão da Libertadores e do mundo em 2012.
Mas para isso seus "beiradistas" (laterais e pontas), têm que funcionar como válvulas de escape, e tendo isso em mente o treinador lançou Wesley, lateral mais ofensivo que os outros, no jogo.
Aguirre tinha seu meio campo pressionado e todo seu sistema defensivo acuado pelo volume de jogo do time da casa. Ele precisava sair para o jogo, mas ficava cada vez mais difícil avançar em campo pela posse de bola flamenguista e a pressão da torcida nas arquibancadas. Tite ainda lançou Alcarraz, outro estreante na Libertadores, na vaga de Pulgar, vaiado pela torcida, Carlinhos e Ayrton Lucas, nas vagas dos exaustos Plata e Alex Sandro e Léo Ortiz na de La Cruz.
Porém a noite não era do Flamengo, e mesmo terminando o jogo empurrando uma linha de 7 jogadores em cima dos defensores uruguaios, o placar de 0 x 1 permaneceu, dando assim a vitória ao cinco vezes campeão da competição.
Com resultado, o rubro-negro terá que ir ao Uruguai com obrigação de vencer por dois gols de diferença, visando a passagem para as semifinais da Libertadores.
Na próxima quinta-feira, dia 26, teremos a disputa do segundo jogo para ver quem passará para a próxima fase da competição.No jogo das camisas pesadas, saiu vencedor aquele que soube aproveitar o que tinha de melhor e enervar o adversário.