O Fluminense foi até Belo Horizonte tentando deixar para trás a má campanha que faz no Brasileirão mas com várias situações contra. Se não bastasse a insatisfação da torcida, que já perdeu a paciência com os experimentos de Fernando Diniz, ainda teve o desfalque de vários jogadores, com cartões e desgaste, além de a insistência do técnico em usar John Kennedy como ponta esquerda.
Da mesma forma que aconteceu na última partida, ele mantém Lima como segundo volante, Renato Augusto, na vaga de Ganso, e o camisa 9 do lado esquerdo.
Logicamente, Diniz mantém Martinelli e Lima, pelo meio, para ter mais intensidade de jogo com ambos, porém abre mão de velocidade pelo lado e sacrifica Kennedy numa posição onde ele fica de lado para o gol, diminuindo seu potencial.
Do outro lado o Cruzeiro, de Fernando Seabra, com sua torcida motivada pela contratação de vários nomes, entre eles Cássio e Kaio Jorge, que só poderão estrear após a abertura da janela de transferência.
Seabra armou seu time, que também tinha desfalques como o do volante Lucas Romero, num 4-3-2-1, com seus pontas se alinhando aos três volantes (Machado, Ramiro e Lucas Silva) que congestionaram o jogo de posse de bola do adversário
Além disso, o ex técnico da base da Raposa usou a estratégia de virada de bola rápida, visando usar o lado contrário onde o Flu sempre tem menos jogadores, fazendo com que Marlon recebesse livre em várias situações, principalmente porque Douglas Costa não tem mais tanto fôlego para acompanhar o lateral.
E para piorar a situação Tricolor, Marquinhos, mais uma vez improvisado na função de lateral direito, se contundiu e Calegari, que não jogava desde setembro do ano passado, entrou sem sua vaga.
Assim os donos da casa foram tomando conta do jogo e tendo as melhores oportunidades. Numa delas, o cruzamento bateu no braço de Thiago Santos, volante improvisado de zagueiro, e, após revisão do VAR, o árbitro marcou o pênalti.
O lateral direito William bateu, Fábio ainda tocou na bola mas ela foi parar no fundo das redes. 1 x 0 No final do primeiro tempo, o placar ainda ficou barato para o Flu que, durante certo ponto do jogo, assistiu o Cruzeiro jogar.
Na segunda etapa, Diniz voltou com Gabriel Pires, meia, na vaga de Thiago Santos. Com isso, Martinelli foi para zaga, Douglas Costa veio para esquerda, Jonh Kennedy revesava o ataque com Cano e Renato Augusto o lado direito com Lima.
Apesar da bagunça, alterando o posicionamento da maioria de seus jogadores com apenas uma mudança, o movimento deu certo e o time melhorou. Pires é um jogador de controle de jogo, talhado para jogar na cultura de futebol adotada por Diniz. Dessa forma, o Tricolor começou a ter mais chegada no ataque.
Também conteve o avanço de William e principalmente de Marlon, gerando muito jogo em cima de ambos os laterais da Raposa. Na melhor chance, John Kennedy, que naquele momento do jogo já era o melhor em campo pelo Flu, recebeu a bola pelo lado direito, esperou a passagem de Calegari que até demorou um pouco para entender o que fazer, mas quando passou o lateral ficou livre. No entanto, seu cruzamento parou nos braços do goleiro Anderson.
Calegari, apesar de não ter aproveitado muito por está sem ritmo de jogo, teve espaço para subir ao ataque, já que Gabriel Verón vem mal no Cruzeiro. Até por isso tentaram a contratação de Dudu Diniz ainda trocou Cano, em mais uma partida apagada, por Kauã Elias, e Renato Augusto mais Douglas Costa por Terans e Keno. O uruguaio entrou bem e deu mais dinamismo ao meio-campo dos visitantes, porém Keno mostrou porque é reserva, não conseguindo dar sequência nas jogadas e até caindo sentado num lance pela esquerda. O tempo passava e Fábio não trabalhava, mas o Fluminense também não chegava ao gol de empate.
Fernando Seabra oxigenou seu time trocando o volante Machado pelo garoto Vitinho. Mais perto do final do jogo tirou Verón e Lucas Silva colocando Japa e Villalba. Com essas substituições ele ficou com uma linha de cinco jogadores na zaga fechando os espaços do Flu.
E como no futebol "a bola pune", com o time das Laranjeiras não seria diferente.
Já nos acréscimos do jogo, William avançou pela direita e bateu cruzado para fazer o segundo gol e sacramentar a terceira derrota consecutiva do Fluminense. 2 x 0
Se de um lado temos um técnico, Fernando Seabra, que veio das categorias de base como interino, foi ficando e segurando seu espaço do outro lado, Fernando Diniz vê o torcedor Tricolor pedindo sua saída e seu futuro como técnico do time ficando cada vez mais incerto.Na próxima rodada ambos não tem moleza, pois o Cruzeiro vai à Salvador enfrentar o Bahia e o Fluminense faz o clássico, no Maracanã, contra o Flamengo.